2008 – O ano que o Guns tornou-se minha banda favorita. - Admirável Inconstância

2008 – O ano que o Guns tornou-se minha banda favorita.

“A introdução na guitarra entra nos meus ouvidos. Mas as batidas furiosas da bateria me chamam a atenção, de fato. Reconheço aquele conjunto de acordes e corro para pegar uma fita k7 na estante. Não poderia perder nem um minuto daquela música. A voz estridente do vocalista faz a sua presença, enquanto balanço meus cabelos no ritmo da canção. Eu sei o quanto a música é boa, pois a banda que a executa é uma das minhas favoritas. O meu corpo reage à medida que a batida acelera e tem uma agressividade boa aos meus ouvidos.
 Os altos falantes do som sofrem com o volume que gradativamente eu aumento. Para mim, o som baixo simplesmente oculta a magia da música. Claro que não quero que alguém vá ficar surdo ou vá reclamar para minha mãe. E é por isso que fecho a porta antes de aumentar o volume a níveis quase astronômicos.
 De repente, o ápice. Da canção, de mim mesma. Eu agito o meu corpo como se o mundo fosse acabar no próximo segundo. Air guitar, headbanging, horn hands... Tudo é permitido naquele momento até os últimos acordes. É meu momento rockstar! E ele acaba da mesma forma que a música: de forma abrupta. Para a minha sorte, eu posso reviver este momento toda vez que tocar aquela k7.”

Sobre Paradise City.

Eu tinha 15 anos (nasci em dezembro). Assim como a maior parte das pessoas que gostam de rock, o Guns n’ Roses é uma das bandas obrigatórias para ouvir. Principalmente quando o ouvinte ainda é um iniciante. Na época, eu não era tão novata, já conhecia algumas bandas menos “mainstream” como o Kamelot, por exemplo. Contudo, o mais curioso é que antes de ter essa paixão avassaladora, eu DETESTAVA a voz do Axl. Sério. Achava que a voz dele era igual de um pato (até conhecer a do Mustaine *risos*). Porém, de forma repentina, me peguei ouvindo.

Geralmente eu ouvia nas rádios, mas quando eu fiz um perfil fake pela primeira vez, eu pude descobrir mais da banda. Ou seja, eu gostava de Guns, mas ainda estava naquele campo do clichê conhecendo as músicas mais famosas, como a “Sweet Child O’ Mine”. Não era por mal que eu conhecia as canções que todos ouviam: foi em 2008 que eu ganhei meu primeiro computador. Até então eu só ouvia rádio.

Contudo graças ao fake, além das amizades que ganhei, eu tive a oportunidade de conhecer mais sobre a banda e me apaixonar mais. Inclusive ter uma admiração fora do comum pelo Slash. 2008 foi o ano meio que divisor de águas, principalmente para os anos seguintes (2009-2010). Eu comecei a devorar qualquer música, eu comprei o Chinese Democracy como meu presente de aniversário e também adquiri a biografia do Slash.

E também como foi comum naquela época, de 10 em 10 tópicos do Orkut sobre Guns N’ Roses, a opinião era unânime: a volta da formação clássica, ou como chamo, pelo menos o Slash voltando para a banda. Existia o Velvet Revolver que unia a maior parte dos ex-integrantes, mas não era a mesma coisa. E não que os outros membros da banda fossem menos carismáticos, longe disso. Mas o Slash é o Slash, não sei se é pelos cachos, pela cartola... Mas ele conseguiu construir uma identidade tão forte quanto a do Axl Rose.

E esse era meu sonho também. E da torcida toda do Flamengo. Mas além disso, eu sempre me identifiquei com o Slash por ele ser negro (sim, ele é!). Então era uma referência, principalmente em uma banda tão expressiva. Então por todos estes motivos eu estava na torcida do Axl e do Slash fazer as pazes e juntar o Guns - ou parte dele - que eu aprendi a amar.


Mas enquanto o sonho não era realizado em sua plenitude, eu pelo menos teria que ver a banda que eu amava com tanto fervor, ao vivo. Portanto, eu era uma fã que só necessitava de uma coisa: um show para ir. E bem, isso aconteceu... Mas não da maneira que eu sonhei... ainda...

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