“Existia uma rádio provavelmente pirata, mas que tocava heavy metal e hard rock: os tipos de música que eu mais curto. A estação era localizada no dial 89.3, se não me falha a memória. E em uma dessas audições sobre a minha nova estação de rádio favorita, houve a notícia que o Chinese Democracy vazou e o apresentador proclamou que eles iriam tocar o disco na íntegra, para ter uma opinião sobre o cd. Foi a melhor notícia naquele momento para mim.
Quando os acordes graves e um tanto sintetizados da guitarra entraram nos meus ouvidos, eu não senti uma estranheza. Foi mais como, “que cd do caralho”Não sei explicar, mas às vezes sou mente aberta. Até demais. Mesmo que a voz do Axl estivesse bastante modificada, o que fazia o ouvinte não lembrar dos áureos tempos, mesmo com a formação passando por grandes mudanças... Eu gostei.
Era um álbum ousado, ainda é. Muito diferente do Guns N’ Roses que eu costumava ouvir e aprendi a amar, mas ainda tinha aquele toque da banda de L.A., principalmente nos drives exagerados do Axl. Madagascar, Better, Shackler’s Revenge, If the World, There Was Time fixaram na minha cabeça. Não que as outras canções fossem ruins, mas elas são inesquecíveis! Eu estava tão hipnotizada que esqueci de gravar nas minhas queridas fitas k7. Porque eu tinha outro intento: comprar o cd.”
Sobre ouvir pela primeira vez o Chinese Democracy.
;Antes de começar o post pelo objetivo principal, devo
ressaltar que eu gosto do Chinese Democracy. É um Guns muito diferente? Com
certeza! Não tem o Slash? Não tem! Mas eu gosto muito desse disco! Mas o
Chinese me agradou bastante e ainda me agrada. É um cd diferenciado pra caramba! E, talvez, com algumas indiretas
para a formação anterior principalmente algumas para o guitarrista solo. Mas
isso é claro, apenas um pensamento que eu tenho ao ler as letras
(principalmente de “Sorry”).
Muita gente considera como um álbum solo do Axl Rose e eu
não discordo. Muita gente considera como um álbum da banda e também não
discordo. Mas enfim, era o que o vocalista – mais polêmico do que nunca, porque
se houve um cd para demorar a ser lançado, foi esse – sempre quis. Mesmo que
ele não tivesse os seus companheiros de longa data.
Voltando ao objetivo principal, bem, o cd foi lançado e
dividiu muitas opiniões. Porém teria que rolar uma turnê e é aí que eu volto a
participar deste texto de forma mais ativa. Em 2010, a banda finalmente passou
pelo Brasil. O show no Rio de Janeiro seria realizado dia 14 de março, mas
houve uma chuva fortíssima que destruiu toda a estrutura e por isso foi
remarcado para o dia 04 de abril. O que foi uma ótima notícia para mim.
O quarto dia de abril era um Domingo de Páscoa.
Honestamente, não vou lembrar se eu comi os famosos ovos de chocolate. Mas se
tem algo que lembro muito bem é: eu e minha mãe decidindo ir para o show do
Guns. Sem ingresso. Na cara e na coragem. Eu iria realizar meu sonho. Era algo
arriscado, porque os ingressos poderiam ser vendidos com preços altíssimos nas
mãos de cambistas. Chegamos na rodoviária por volta das 17h30, se não me falha
a memória. Nós fomos com bolsa de viagem e o tempo estava fechado.
Chegamos na Apoteose - sim, o mesmo local onde ocorre os
desfiles da escola de samba – e de cara, um cambista veio vender os ingressos,
incrivelmente pelo mesmo preço de que estava no site. Após passar por uma
extensa revista (a maior e melhor que já passei), finalmente estávamos dentro.
Só que esquecemos de uma coisa que foi muito importante mais tarde: comprar
capas de chuva.
Mal passou meia hora e uma chuva torrencial caiu pela
Apoteose e nisso eu e minha mãe nos molhamos, tomando um real banho. E a chuva
nos acompanhou por toda a noite e madrugada. Mas né, essas coisas são
pormenores.
Vamos voltar para o show, mais ou menos umas 20h não lembro
direito, desculpem o show de uma banda brasileira deu início. O nome da banda
era Majestike (obrigada link do g1 \o/), mas a memória mais vívida é o cover de
“Poker Face”, da Lady Gaga e algumas pessoas torcendo o nariz para isso. E
eu empolgadona, cantando a música.
Quando a banda disse que era a última música, houve uma
pequena vibração. E era compreensível, mesmo errada: a próxima atração era o Sebastian Bach, ex-vocalista do Skid
Row. O show dele foi redondo e muito bom: ele relembrou o clássico “I remember
you” da sua antiga banda, além de dar destaque a sua carreira solo – na época,
o disco em destaque era o Angel Down (que conta com a participação do Axl,
inclusive.) – e enaltecer o show posterior ao dele, do Guns. Bem o show
terminou, ele foi ovacionado pela plateia presente... Então era chegada a hora,
com participação especial da chuva.
O SHOW DEMOROU TRÊS
HORAS PARA COMEÇAR.
Eu vi pessoas indo embora, porque, afinal era a madrugada de
segunda-feira. Essa é uma época onde Axl Rose ainda estava na fase dos atrasos
épicos. Ir ao show do Guns N’ Roses era sofrido, um verdadeiro teste de
resistência. Você poderia vaiar o máximo
que quisesse, poderia ir embora. Como muita gente fez aquele dia. Para a minha
sorte eu estudava à tarde. Mas a maior parte das pessoas não tinha a vida como
a minha. Hoje e naquela época, eu interpretei como falta de respeito,
principalmente sabendo que era exclusivamente a atitude do Axl.
Após longas três horas, o show inicia, finalmente. A
introdução de Chinese Democracy, tocada pelo Dj Ashba, guitarrista que também
usa uma cartola ecoava pela Apoteose e se dividia com as vaias em protesto. O
show não foi completamente desastroso, embora a longa espera tenha esfriado
grande parte dos fãs. Mas mesmo com estes contratempos, eu acabei gostando do
show, apesar de hoje considera-lo como um concerto solo de Axl Rose. De certa
forma, havia realizado meu sonho de ver o show da minha banda favorita, mesmo
que não tivesse a minha formação dos meus sonhos.
Porém, sofri uma certa desilusão. Eu necessitava que, uma parte ao menos, a formação que eu aprendi a
amar estivesse de volta. Mesmo com as desilusões em 2010, “gentilezas” trocadas
entre Axl e Slash, ainda tinha aquela ponta de esperança. Acho que de certa
forma dá pra perceber o quanto gosto de Guns e o quanto este show, realizado
dia 23/09, foi importante para mim. E eis que chegamos a...
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